quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Reaproveitar é preciso!

Hoje trago uma ideia simples e bacana pra quem gosta de reaproveitar objetos que, a principio, iriam pro lixo. Acredito que bastante gente já faça ou tenha visto, mas eu não conhecia e achei o máximo. Foi minha comadre Marina que viu e me deu a ideia de tentar.

Como aqui em casa o maridinho aprecia uma boa cerveja, fui guardando as tampinhas (ou champinhas, como diziam lá em Joinville) devagar até que consegui juntar a quantidade necessária. Fui fazendo na frente da TV durante a novelinha e quando vi já estavam prontas! Uni uma a uma com linha e pronto!

Pra fazer um como esse meu, você vai precisar de:
- Retalhos
- 36 Tampinhas metálicas de garrafas
- Linha
- Agulha
- Tesoura

Como eu gosto de fazer o fuxico dobrando as bordinhas (acho que o acabamento fica melhor), cortei os círculos de tecido com 7cm de diâmetro, alinhavei, coloquei a tampinha dentro e fechei. O meu descanso de panelas foi feito com 36 tampinhas (6x6) e escolhi os tecidinhos de forma aleatória. Fiquei em dúvida se fazia com o franzidinho e o liso misturados, mas optei por deixar todos para o mesmo lado.

E você? Já conhecia esse trabalho? Tem alguma outra sugestão de reaproveitamento de tampinhas?

Espero que tenham gostado! Desejo a todos uma linda quarta-feira, pode to be? ;)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

E 2012 começa com mais uma estrela brilhando no céu


No domingo, dia 8 de janeiro de 2012, o dia amanheceu mais triste. Dona Ada, minha avó paterna, faleceu. Como disse o Frei durante a despedida, a vida se transforma, e tenho certeza de que ela está agora, aliás, como sempre fez, olhando por todos nós.

Dona Ada sempre foi uma mulher simples, de pouca vaidade, costurava seus próprios vestidos, não pintava o cabelo ou usava maquiagem. Deu a luz a dez filhos, sete homens e três mulheres e quanto orgulho tinha de todos eles! As pessoas diziam: que linda a sua “vózinha”. Ela achava um absurdo, ora onde já se viu, depois de velha ficar lindinha? D. Ada era assim, cheia de opinião! Por detrás daquela senhorinha de 86 anos e hábitos simples, havia uma mulher forte, lúcida e cheia de personalidade, sempre com uma resposta afiada bem na ponta da língua.

Aprendeu a bordar muito jovem, adorava contar como começou, apenas observando outra costureira. Durante toda a vida esteve rodeada por linhas, agulhas, tecidos e máquinas de costura. Herdei o gosto da minha avó e sempre me enchi de orgulho quando ela dizia que eu era “prestimosa”, afinal de contas, este elogio vindo dela sempre foi ainda mais especial.

Minha mãe, sabendo do valor de cada uma dessas peças, guardou as roupinhas que minha avó bordou e costurou pra mim quando nasci. Eu sabia da existência delas, já havia olhado uma por uma, mas há anos elas estavam cuidadosamente guardadas em uma gaveta do meu quarto na casa dos meus pais. Eis que quarta-feira, quando voltamos de viagem, resolvi que olharia essas roupinhas e ganhei, novamente, um lindo presente.

Desde a última vez que as tinha visto, aprendi muita coisa, comecei a costurar, fiz aulas de bordado e hoje sei bem o trabalho e a habilidade que cada uma delas exige. Senti novamente o carinho contido em cada uma daquelas roupinhas e as trouxe comigo para fotografá-las e dividi-las com os leitores do blog. As mãos gordinhas que há três meses carregaram uma das alianças em um dos dias mais especiais da minha vida, bordaram e costuraram, há pelo menos 26 anos esta riqueza que hoje guardo comigo.

Obrigada vó Ada pelos tantos presentes que a senhora me deu, agradeço de coração o incentivo ao meu trabalho (foi ela quem me deu minha máquina de costura, meu instrumento de trabalho e companheira de todas as horas), agradeço as tantas coisas que me ensinou, guardarei sempre a lembrança do nosso último encontro, foi ótimo vê-la bem humorada, com linhas e agulhas nas mãos, contando histórias e me ensinando a bordar. Agradeço pela senhora ter me dado o melhor pai do mundo, por ter cuidado dele com tanto carinho desde pequeno e por tê-lo ajudado a ser o homem que hoje eu tanto amo e admiro. Agradeço pela senhora, mesmo tímida, ter aceitado ser uma da minhas “damonas”, como a senhora dizia. Esta lembrança ficará para sempre guardada no meu coração e no de todos que estiveram presentes no meu casamento.

[Foram estes patinhos que ela me ensinou a fazer na última vez que nos vimos]

Por fim, quero dizer que D. Ada faleceu como queria, sem dor ou sofrimento, perto das coisas que tanto gostava, em sua casa e rodeada por entes queridos. Ela está presente no sorriso de cada um de nós, nas lembranças bonitas que temos dela, nos bordados que ela nos ensinou. Fica a saudade, mas acima de tudo fica a gratidão de toda uma vida e, como disse minha querida tia Célia, logo a dor da ausência se transformará em uma saudade gostosa, que nós nunca deixaremos de sentir.